Apoio ao aleitamento materno, reduz mortalidade infantil.

por Carolina Vieria

Você sabia que o Aleitamento Materno e a doação de leite humano reduziram em 70,5% a mortalidade infantil? Que o Brasil é referência mundial no assunto? A doação de leite humano pode salvar vidas de muitos recém-nascidos?

Segundo a OMS, nascem cerca de 30 milhões de bebês prematuros anualmente em todo o mundo, e em 2017 morreram em torno de 2,5 milhões de recém-nascidos nos primeiros 28 dias de vidas, e 65% desses bebês eram prematuros, a maioria por causas evitáveis.

Devido esse quadro a ONU determinou alguns objetivos entre eles o de reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 / 1.000 nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25/1.000 nascidos vivos até o ano de 2023, e uma das ações mais importantes para conseguir atingir o objetivo é o apoio / incentivo ao aleitamento materno e doação de leite humano.

Em 2001 a iniciativa da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) foi reconhecida pela OMS como uma das ações que mais contribuíram para a redução da mortalidade infantil do mundo na década de 1990, pois segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a mortalidade infantil reduziu 70,5% no período de 1990 e 2012, e em 2017 reconhecido por sermos responsáveis por 90% da coleta dos mais de 1 milhão de litros de leite doados no planeta nos últimos anos.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS diz: "O leite materno funciona como a primeira vacina de um bebê, protegendo-o de doenças potencialmente mortais e dando-lhe todo o alimento que precisa para sobreviver e prosperar", porém alguns bebês por inúmeros motivos, não têm o privilégio de poderem ser amamentados por suas próprias mães, principalmente os internados em UTI Neonatal, para esses recém-nascidos que são destinados os leites doados, para que eles tenham os benéficos que o leite humano proporciona e que possam ter um menor risco de mortalidade.

Para que esses recém-nascidos tenham os benefícios do leite humano, precisamos que mães que amamentem e sejam saudáveis procure um dos nossos 200 Bancos de Leite (BLH), ou um dos 300 Postos de Coleta de Leite Humano (PCLH), para realizar o cadastro de doadora, após a doação recebida, o leite passa por um processo de pasteurização para impedir que haja qualquer contaminação cruzada, após esse processo, o Leite Humano Pasteurizado (LHP), é encaminhado para a UTI Neonatal para que os prematuros que estão internados e não podem receber o leite da própria mãe recebam essa alimentação que é tão importante para eles.

Esses bebês necessitam de um volume muito pequeno por dia para serem alimentados, por isso 1 litro de leite doado consegue alimentar 10 recém-nascidos por dia, e mesmo o Brasil sendo uma referência mundial em aleitamento e doação ainda assim a quantidade é baixa, e sempre estamos precisando de doação.

A representante adjunta da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), María Dolores Perez-Rosales, afirma, ?Promover o aleitamento materno é dever de todos: comunidades, empregadores, famílias, governos e profissionais de saúde?, devemos estar todos engajados na redução da mortalidade infantil, no incentivo ao aleitamento materno, é um trabalho em conjunto, pois como diz o diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake, "Ao não investir na amamentação, estamos falhando com as mães e seus bebês e pagando um preço duplo: em vidas e oportunidades perdidas".

Sejamos todos incentivadores do aleitamento materno em busca de uma melhor qualidade de vida para todas nossas crianças e para redução da mortalidade infantil.

Quando a mãe não acredita na amamentação, mas todos ao redor acredita, ela consegue amamentar, mas quando a mãe está em um momento delicado, de insegurança, se ninguém ao redor apoia a amamentação, por mais que ela saiba de todos os benefícios a chance da amamentação não ser bem sucedida é bem maior.

Para informações sobre a Rede Brasileira de Leite Humano, informações sobre doação de leite materno, e encontrar o BLH ou PCLH mais próximo acesse: www.rblh.fiocruz.br/localizacao-dos-blhs